É noite longa e a cama ainda está vazia. Sobre ela só papéis, uma caneta, o telefone já frio e o silêncio. Um silêncio de paz, mas sem ninguém. Se alguém repousasse sobre esta cama, hoje e todas as noites, serias tu, nenhum outro. Mas sou eu só, apenas, e o silêncio que sobre ela se deitam. Talvez amanhã, ou um outro dia, surja de novo essa alegria, esse sorriso e esse calor que andam longe daqui, por agora. Talvez amanhã, ou noutro dia, eu te tenha outra e outra vez por companhia, para amansar esta revolta de solidão, de silêncio, de quase amor em vão. É noite longa, aos poucos cada vez mais, e nem mesmo tu vais ouvir estes ais, estes queixumes lentos e longos e negros das minhas noites, dos meus dias, dos meus meses e anos. Comigo só, hoje a cama está vazia.Imagem via Le Mâle Absolu
Importado do blogue gayFEEL
4 comentários:
Texto de palavras sutis, suaves, tomadas por uma serena poesia. Abraço. Alexandre Bonafim.
Obrigado, Alexandre. Eu acho que saiu bem, pois gosto de o ler em voz alta. Mas sem pretensões. Abc,
Custa-me um pouco comentar este blog, pois parece-me tão pessoal, tão apenas vosso, que quase me sinto um intruso...
Mas, é belo!
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