2007/04/13

slava mogutin, o russo de nova iorque

Slava Mogutin (1974) é russo e siberiano de Kemerovo. Na adolescência foi para Moscovo, onde começou uma carreira como jornalista. Ainda apenas com 21 anos era já elogiado por uns e condenado por outros devido aos seus textos libertários que defendiam os homossexuais. Ele foi o primeiro jornalista abertamente gay na imprensa russa, sendo acusado de diversos crimes de "ofensa deliberada às normas morais geralmente aceites", de "provocação e divisão social, nacional e religiosa" e de "propaganda da violência, patologia psíquica e perversão sexual" (chega???). O seu nome corria nos tribunais e no ar pairava a ameaça de uma pena de prisão quase certa, que poderia durar 7 anos. Com a ajuda da Amnistia Internacional e da PEN American fugiu para Nova Iorque, onde se exilou. Aí é hoje considerado como um artista ao nível dos famosos Nan Goldin, Wolfgang Tillmans ou Terry Richardson. Soldados, punks, skaters são parte do objecto da sua escolha que se mistura com sexo, muito sexo, muita acção e sinais de revolta, de contestação, de amplo inconformismo. As fotos de Slava Mogutin são instantes pensados para não fazer concessões. Estão carregadas de dor, de prazer, de inocência, de fatalidade, de entrega, de despojamento. Nas suas imagens há algo de sinistro e de inatingível, que aos poucos vamos entendendo. Há pornografia, e não pouca. Às vezes só mesmo uma suave sugestão, algum erotismo, mas sempre uma enorme entrega que revela a grandeza do seu amor à arte, do seu amor à linguagem dos sentidos. Slava está hoje representado nas galerias mais arrojadas e mais conceituadas e nas melhores revistas de arte e de moda como a i-D, Butt, Visionaire, Honcho, BlackBook, Playgirl e a Stern. Foi capa da revista portuguesa Umbigo (veja-se aqui). Tem 7 livros publicados em russo e traduções para 6 línguas. Em 2005 criou uma parceria artistica com o seu companheiro Brian Kenny: o colectivo Superm.

Importado do blogue l'avion rose

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