2007/09/21

memórias vivas

Na tua ausência eu vou fazendo com que a presença aconteça. Hoje, afinal, vou comemorar o teu aniversário ainda que já não estejas cá, connosco, neste mundo por onde apenas permanecemos um quanto tempo. E vai ser assim todos os anos, como o será noutras datas poucas mas importantes para mim. Hoje, nessa ausência de quase um ano, nos 81 do teu nascimento, é mais do que em tudo nas tuas plantas, no teu jardim, que eu reencontro essa vida que nos une. Não só não te vou esquecer, nunca, como procurarei perpetuar junto de mim essas memórias vivas da tua existência. Parabéns, querida Mãe - as tuas plantas continuam lindas!...

Imagem via Looking Out From a Southern Closet
Importado do blogue gayFEEL

10 comentários:

Anónimo disse...

Memórias vivas... O texto faz-me regressar às minhas, no meu caso sobre o meu pai. Sinto-me tão pequenino quando penso em perdas. O coração torce-se. A ausência é lixada. Será que alguma coisa poderá redimir a dor? Sabe bem pensar que o lugar deixado vazio nunca se esvaziará, que uma outra coisa o preencherá magnificamente. Mas custa tanto. Estou solidário!

Anónimo disse...

Linda homenagem, meu caro Luís!
No labirinto das nossas memórias, vamos sempre encontrando pequenas migalhas que tornam a recordação de quem foi especial para nós algo muito agradável!
Muito belo que continues a ocupar-te das plantas que foram da tua Mãe!...
Parabéns pelos teus sentimentos!
Bom fim-de-semana e um forte abraço! Estou contigo! :-)

Anónimo disse...

Meu querido Luís
eu estou na situação do Paulo, pois já senti a perda do meu pai e ainda hoje, quase 20 anos passados, essa perda é irreparável; e quando olho para a minha Mãe, "jovem" nos seus 85 anos, sinto que essa "jovialidade" terminará em breve e não sinto forças para arcar com isso.
Por tudo isto e porque acompanhei, recordo-me, essa enorme perda, que sentiste (foi, penso, o primeiro post teu que comentei...), estou contigo nesta data e presto homenagem a ela e a ti, que tão bem guardas a sua memória.
Um abraço amigo.

Anónimo disse...

Queridos amigos:
Não vou contar-vos aqui a história da minha vida, mas dizer-vos no entanto que o meu pai partiu há 11 anos. Foi atropelado, ficou em coma e faleceu 2 dias depois. Foi uma experiência terrível porque ele era um homem cheio de vida e a moto que o atropelou era onduzida em excesso de velocidade por um rapaz que nem sequer tinha a carta de condução. Tivemos duas batalhas legais mas vimos, por fim, que o estado queria era proteger o jovem e para nos pouparmos e à nossa mãe deixámos que o assunto terminasse por aí (nunca terminou, como podem ver por este regresso triste). Nessa altura tive que ultrapassar tão dura perda de forma a ter forças que iludissem a minha mãe e a ajudassem a sobreviver à sua dor. Desde que o meu pai faleceu e até ao seu funeral eu apenas chorei quando passei com ele pela última vez, no carro fúnebre, pelo caminho que muitas vezes fazíamos juntos de carro, de nossa casa para o meu local de trabalho.
A partida da minha mãe também foi rápida. Primeiro veio a doença que parecia ir levá-la, depois a estabilização e a esperança de alguma recuperação, a alta do hospital e, menos de 24 horas depois, a morte à frente dos meus olhos, poucos minutos depois de chegar junto dela, na primeira visita à casa de acolhimento.
Hoje ainda choro muito a perda da minha mãe (neste momento tenho lágrimas nos olhos) e quase me sinto culpado de não chorar o meu pai. Amei e amo os dois, se calhar hoje ainda muito mais do que quando eles eram vivos. Ou então era eu que não o percebi como hoje já percebo o que é perder alguém tão importante nas nossas vidas.
Por tudo isto - e para não ir mais longe - vos recomendo que considerem amar e demonstrar todo o amor que possam a quem estimam, às vossas mães, aos vossos pais, a todos que vos são queridos e muito... (Sei que me desculpam a lamechice, pois sâo coisas que nos acontecem.)
Abraços,

Anónimo disse...

... Não há neste teu texto qualquer «lamechice»! Gostei muito de o ler. Voltarei a este assunto por outra via.
Um abraço terno e forte! :-)

Anónimo disse...

Eu felizmente ainda tenho pais e só de pensar que um dia os posso perder...Nem quero pensar nisso, já bastou a dor de perder os meus avós maternos que eram como pais para mim.
Foi uma bela homenagem e não há lamechisse nenhuma.
Onde que que ela esteja parabéns.
Um grande abraço

Anónimo disse...

Ric: Recebi a mensagem extra por e-mail, mas ainda não te respondi porque quero ter tempo e a disposição adequada para o fazer. Mas deixo-te já o agradecimento pelo teu gesto muito simpático. Vais ler-me no teu e-mail, em breve. Abraço, amigo,

Special K: Não descuides as atenções a quem amas. Afinal "amor com amor se paga", diz a sabedoria popular!... Um grande abraço, também para ti,

Anónimo disse...

«Take all the time you need!» Só escrevi logo a seguir à minha resposta aqui porque não queria perder o fio à meada e me foi possível.
Abraço! :-)

Anónimo disse...

Ric: A resposta seguiu e eu espero que já te tenha sido entregue. Abraço, então! :-)

Anónimo disse...

Muito obrigado! Chegou sim, de boa saúde e recomenda-se! Rsrs!
Já a li e vou agora, «avec tout mon temps», preparar a resposta!
Um abraço para ti e outro para o Gonçalo!
Um bom fim-de-semana! :-)