Até 19 de Novembro estará patente em Espanha, no Círculo de Bellas Artes de Madrid, a exposição «Mário Cesariny: Navío de Espejos», comissariada por João Pinharanda e assim designada a partir de uma das suas obras poéticas. Mário Cesariny é uma das figuras maiores do surrealismo português (talvez mesmo a maior), tendo convivido em Paris com André Breton, e o seu trabalho plástico chega a ser menos conhecido entre nós do que a sua obra literária, vasta e de uma grandeza ainda apenas parcialmente revelada e descoberta. Mas se a poesia tem um papel maior, toda a sua obra foi e continua ainda a ser fruto de uma experimentação descomplexada, como seria natural num astro da cultura portuguesa do século XX. Na sua abordagem pictórica, o artista recorre frequentemente às técnicas de colagem, mas de uma forma mais criativa, variada e inesperada, sendo o reflexo do seu entrosamento entre a (sua) arte e a (sua) vida. Exibida em Madrid para apreciadores e curiosos, «Mário Cesariny: Navío de Espejos» congrega obras dos anos 40 à actualidade — desenho, pintura, colagem, objectos e técnicas mistas — e fomenta o reconhecimento da produção plástica do artista que nunca teve receio de chocar, nem de se assumir como ele mesmo. Entre nós, ainda neste princípio do século XXI, Mário Cesariny de Vasconcelos é talvez a figura actual de uma grandeza tanta como a que atribuímos ao também poeta-pintor Almada Negreiros. Bem-hajam! Esta exposição levará à tela, ainda, a 28 deste mês o documentário «Autografia», do realizador Miguel Gonçalves Mendes. A conferir aqui e agora!Importado do blogue l'avion rose
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