2006/11/24

Mãe 4

Em algum lugar sobre o arco-íris reside já a minha mãe. Menos de 24 horas depois de chegar ao local que seria o da sua casa e onde teria todos os cuidados permanentes que a sua doença exigia e nós não poderíamos dar-lhe em pessoa, Ela partiu connosco ao seu lado. Incapaz de resistir, de permanecer, esperou pelo nosso regresso e deixou-se ir como quem já tinha um destino há muito traçado e escolhido: era como se Ela esperasse por chegar perto do arco-íris fictício que coloquei na paisagem que Lhe escolhi e que antes mostrei. Estou certo que subiu por ele acima e está agora no Céu. Eu ficarei para sempre com estes momentos tão duros e especiais na memória e, por mais este simbolismo, «Somewhere Over The Rainbow» ficará também como uma das minhas canções preferidas, com a qual recordarei a minha mãe. E.Y. Hamburg escreveu-lhe a letra, Harold Arlen a música e a Judy Garland da foto cantou-a assim (ver link no título):

Somewhere over the rainbow
Way up high,
There's a land that I heard of
Once in a lullaby.

Somewhere over the rainbow
Skies are blue,
And the dreams that you dare to dream
Really do come true.

Some day I'll wish upon a star
And wake up where the clouds are far
Behind me.

Where troubles melt like lemon drops
Away above the chimney tops
That's where you'll find me.

Somewhere over the rainbow
Bluebirds fly.
Birds fly over the rainbow.
Why then, oh why can't I?

If happy little bluebirds fly
Beyond the rainbow
Why, oh why can't I?

Que a minha querida mãe descanse agora em paz!

7 comentários:

Anónimo disse...

não te conheço não sei quem és, mas imagino que perder a mãe deve ser das coisas se não a coisa mais horrivel pq podemos passar.. quero dar-te os meus sinceros sentimentos e tenho a certeza que ela está la em cima de olho em ti.
Um abraço muito grande

Anónimo disse...

agora a vida será outra coisa. como dizias: depois do pai, a mãe - a quebra do elo. não sei o que será. aflige-me pensar o dia em que o venha a saber.
mas nós, nós continuamos por aqui. e o mundo e os dias e as noites.

tiago

Anónimo disse...

João: Já respondi ao teu comentário anterior... Estou em tudo de acordo contigo. Obrigado pelas palavras que nos ajudam a ultrapassar o sofrimento que se sente e repetidamente volta. Espero que Ela está lá em cima, 'over the rainbow', e eu creio que gostará do que vê, quando nos olha... Abraço grande e felicidades para ti!

Anónimo (Tiago): Nós continuamos aqui e somos agora o fim de uma corrente... São os ciclos da vida... São os alertas violentos que nos fazem ver o mundo com outros olhos... E o mundo mudou nas últimas semanas... Muito... Vou ter de reaprender a viver, com essas mudanças...

Anónimo disse...

Acho muito bonito e acertado pensar na partida como um descanso tão inevitável como merecido. Um abraço de apoio e motivação para os próximos tempos!

Anónimo disse...

DCG: Obrigado por mais este incentivo! Por cá, sinto que a amizade se vai construindo e solidificando. Abraço,

Anónimo disse...

Luís, como alguém atrás disse, não te conheço, e este é o meu primeiro contacto com o teu blog.
Quis o destino, que o post que li fosse este, tão forte como belo. Fiquei comovido, talvez por ainda ter por Mãe uma adoràvel Senhora de 85 anos.
Mas, a tua sensibilidade foi depois confirmada pela leitura de outros posts e achei curioso que alguns temas que focas são-me familiares.
Presumo que continues a escrever para eu poder ter o prazer de te ler e de comentar o que achar por bem fazer.
Vou acrescentar o teu blog na minha blogosfera com muito prazer.
Um abraço.

Anónimo disse...

Caro Pinguim: Fico muito contente pelo que li. E vou ter, agora, que partir à descoberta do 'whynotnow' (onde já fui espreitar). Agradeço o link para o 'gayfield' e por tanto correspondo com um link a partir do meu outro blogue 'l'avion rose', que deverás visitar também. O melhor para ti e para a Senhora que te fez nascer. Abraço amigo,