Há muito que tinha já reservado para mim este poema que Mário de Sá-Carneiro deu ao mundo com o título de «Fim», em Paris, no distante ano de 1916. Mas hoje achei que o que aconteceu ontem e soube há poucos minutos justificava dedicá-lo a um amigo especial, desses que nos trazem à memória a alegria culta e inteligente a que nos habituou numa amizade de menos de um ano. Acreditamos que o João Catatau gostaria de nos ouvir a declamar por ele estas palavras, que lhe dedicamos:Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos berros e aos pinotes —
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas.
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza:
A um morto nada se recusa,
E eu quero por força ir de burro...
Estejas onde estiveres, obrigado! E continua a fazer-nos felizes.
5 comentários:
Obrigado Luís por este post tão lindo; foi com muita tristeza que te dei esta notícia e a memória do João Manuel vai permanecer entre nós a perpetuar a "alegria culta e inteligente" que era seu apanágio.
Abraço grande, grande, para ti e para o Gonçalo.
Nice Posting
Gay Events 2009
Obrigado, Pinguim!
Tx Smadraji for the words!
não, não me esqueci de comentar, nem de vir aqui ao vosso espaço, simplesmente, o tempo e as emoções estrangulam-me a vontade. de qualquer modo, esta entrada era impossível não comentar: a homenagem, a escolha poética, trágica como todas as mortes, sobretudo as prematuras como a de MS-C ou João Catatau.
abraço
Paulo: Foste muito lúcido e específico no teu comentário, que te agradecemos e sabemos que o João também, somewhere... Abcs,
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