2010/05/08

o tempo que nos separa

O tempo que nos separa da viagem à Islândia ainda se pode contar em meses. Mas vai passar depressa e cada vez mais sob a tensão na dúvida se deveremos manter os planos (e seguir para Reiquejavique nas nossas próximas férias), ou se deveremos cancelar quanto antes tudo o que esteja a tempo de ser cancelado (as viagens já pagas e o hotel já reservado), escolhendo um novo destino. Agora que acabo de escrever essa palavra mágica — destino —, pergunto-me uma vez mais se afinal não é disso que se trata: de algo que já faz parte da nossa história, para o melhor e para o pior, apesar dos contratempos que vão surgindo?... Escrevo isto num dia (o primeiro) em que a nuvem de poeira vulcânica vinda do Eyjafjallajokull chegou a Portugal e à cidade onde residimos e a verdade é que não notámos até agora qualquer diferença. Talvez por hoje ser um dia cinzento e de chuva, igual a tantos outros. Que fazer, afinal? Ainda que activamente procuremos informação, é sempre pouco o que se sabe e por vezes até sabemos nós mais do que aquilo que lemos ou ouvimos na imprensa portuguesa. Afinal, não há previsões seguras e quem lá está tenta ser prudente e não afastar os turistas. O jornal The Reykjavík Grapevine, que hoje lançou o número de Maio (o link do título conduz para a versão que pode ser descarregada e lida), diz no artigo da página 25 (que é a 37 do pdf) que in a recent New Scientist article, «Get ready for decades of Icelandic fireworks,» volcanologist Þorvaldur Þórðarson speculates this next active volcanic phase could last for another 60 years, reaching its peak before 2040, o que nos remete para uma data bastante mais longínqua do que aquela que poderíamos estar dispostos a esperar para aterrar pela primeira vez na "terra do gelo". Sempre atentos à evolução dos acontecimentos e aos prazos que nos permitam ainda reconfigurar a viagem, para já mantemos o sonho de conhecer esta Islândia que nos atraiu e que poderá mudar de forma imprevisível nos próximos tempos. Sonharemos mantendo presente o espírito que temos vindo a notar nos islandeses e que é o de olhar em frente, acreditar no futuro, lutar por ele e tirar partido da vida. A capa do jornal The Reykjavík Grapevine reflecte claramente essa forma de ser e de estar, sugerindo um mapa do país representado por um ovo numa frigideira. Mas ainda mais fascinante é o cobertor de lã 100% islandesa «The Landscape Blanket», comercializado pela Birkland, que mostra o sul com o Eyjafjallajokull e o Katla, formações que ganham o adequado relevo quando uma criança se esconde debaixo do cobertor. É isto que é a Islândia!

5 comentários:

Individual(mente) disse...

Uma decisão difícil... Mas a oportunidade de ver um vulcão activo ao vivo também deve ser única!
Seja qual for a vossa decisão, que seja a acertada! :)
Abraço

vbd disse...

e ir de barco? just a thought...

Luís disse...

Individual(mente): À priori, o vulcão não nos interessa mesmo nada. Para além dos transtornos que nos poderão esperar os voos adiados ou cancelados (tem em conta que são voos indirectos, via London Gatwick), ficam também dúvidas quanto ao estado do ar, da luminosidade, da vegetação, do cursos de água, da qualidade dos alimentos locais (vegetais e animais). Mas também é o que se disse: tudo parece bastante bem, apesar dos riscos. Obrigado pelo voto e pelo abraço, que vai para aí a dobrar,

vbd: há já muitos anos, eu pensei em ir aos Estados Unidos de barco, porque supunha que fosse mais barato do que de avião (LOL). Neste momento quero é as viagens curtas e a máxima liberdade de movimentos. O barco parece-me longe do horizonte... Abcs,

João Roque disse...

Curiosamente, e por saber dos vossos planos islandeses, sempre que há notícias novas sobre o vulcão, recordo-me de vós. A dificuldade é tentar ser previsível, o que é praticamente impossível.
Mas a Islândia para vocês é mais que um sonho, e se já os sonhos têm tanta força...

Luís disse...

(obrigado)