Morreu Francisco Ribeiro, co-fundador dos Madredeus, que nos concedeu o previlégio de partilhar um seu projecto, há um par de anos. Como nós não podíamos acompanhar o seu sonho – que por graça acabou por se tornar realidade – ficámos arredados a segui-lo. Estivemos com ele num concerto do José Perdigão, no Porto, onde o Francisco encantava com o seu violoncelo e para o qual nos convidou. Quando se anunciava o seu regresso à cidade, neste verão, estivemos fora, pois já a nossa viagem estava planeada. Depois soubemos por um amigo que ele não actuou, porque estava doente. Quando se esperava que nada fosse de grave, chegou hoje a notícia da sua partida deste mundo, no dia de ontem. Para ele ficam as suas próprias palavras, inscritas no seu próprio disco, no ano de tantas memórias: "Vai placidamente no meio do barulho e da confusão, lembrando-te de quanta paz existe no silêncio". O seu corpo está em velório na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa. O funeral realiza-se amanhã, no Cemitério dos Olivais.
2010/09/15
francisco
Morreu Francisco Ribeiro, co-fundador dos Madredeus, que nos concedeu o previlégio de partilhar um seu projecto, há um par de anos. Como nós não podíamos acompanhar o seu sonho – que por graça acabou por se tornar realidade – ficámos arredados a segui-lo. Estivemos com ele num concerto do José Perdigão, no Porto, onde o Francisco encantava com o seu violoncelo e para o qual nos convidou. Quando se anunciava o seu regresso à cidade, neste verão, estivemos fora, pois já a nossa viagem estava planeada. Depois soubemos por um amigo que ele não actuou, porque estava doente. Quando se esperava que nada fosse de grave, chegou hoje a notícia da sua partida deste mundo, no dia de ontem. Para ele ficam as suas próprias palavras, inscritas no seu próprio disco, no ano de tantas memórias: "Vai placidamente no meio do barulho e da confusão, lembrando-te de quanta paz existe no silêncio". O seu corpo está em velório na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa. O funeral realiza-se amanhã, no Cemitério dos Olivais.
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4 comentários:
Nunca tive o prazer de assistir pessoalmente o que agora lamento…
Nunca é tarde, pelo menos para conhecer o seu disco a solo, «Desiderata, A Junção do Bem», que se encontra à venda por aí...
família. amigos... a morte será sempre um lugar estranho, mesmo quando lá chegarmos.
Se o amor é um gajo estranho (como cantam os Pop Dell'Arte), a morte é sem dúvida uma GAJA estranha. (Eu gosto muito da visão do Saramago na obra «As Irtermitências da Morte». Socorro-me da Wikipédia :) para te deixar um excerto: "Então ela, a morte, levantou-se, abriu a bolsa que tinha deixado na sala e retirou a carta de cor violeta. Olhou em redor como se estivesse à procura de um lugar onde a pudesse deixar, sobre o piano, metida entre as cordas do violoncelo, ou então no próprio quarto, debaixo da almofada em que a cabeça do homem descansava. Não o fez. Saiu para a cozinha, acendeu um fósforo, um fósforo humilde, ela que poderia desfazer o papel com o olhar, reduzi-lo a uma impalpável poeira, ela que poderia pegar-lhe fogo só com o contacto dos dedos, e era um simples fósforo, o fósforo comum, o fósforo de todos os dias, que fazia arder a carta da morte, essa que só a morte podia destruir. Não ficaram cinzas. A morte voltou para a cama, abraçou-se ao homem e, sem compreender o que lhe estava a suceder, ela que nunca dormia, sentiu que o sono lhe fazia descair suavemente as pálpebras. No dia seguinte ninguém morreu.", página 214. Abraço,
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