É a fraqueza do homem que o torna sociável; são as nossas misérias comuns que levam os nossos corações a interessar-se pela humanidade: não lhe deveríamos nada, se não fôssemos homens. Todos os afectos são indícios de insuficiência: se cada um de nós não tivesse necessidade dos outros, nunca pensaria em unir-se a eles. Assim, da nossa própria enfermidade, nasce a nossa frágil felicidade. Um ser verdadeiramente feliz é um ser solitário; só Deus goza de uma felicidade absoluta; mas qual de nós faz uma ideia do que isso seja? Se algum ser imperfeito se pudesse bastar a si mesmo, de que desfrutaria ele, na nossa opinião? Estaria só, seria miserável. Não posso acreditar que aquele que não precisa de nada possa amar alguma coisa: não acredito que aquele que não ama nada se possa sentir feliz.Texto de Jean-Jacques Rousseau via Citador
Imagem de Caspar David Friedrich via Wikipédia
Importado do blogue gayFEEL
2 comentários:
Amigo Luís:
com uma abertura destas no novo blog, quase sufocas o que quer que possa ser dito a seguir :)
Não conhecia este excerto: é notável!
um abraço
Tiago
Obrigado e espero que aprecies a abertura nº 2, para duplo solo de poetas e in memoriam de Mário Cesariny. Eu era capaz de alinhar numa coisa destas... ;-) Abraço para ti, também.
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