2007/03/16

educação para a alegria

É a fraqueza do homem que o torna sociável; são as nossas mi­sérias comuns que levam os nossos corações a interessar-se pela humanidade: não lhe deveríamos nada, se não fôssemos homens. Todos os afectos são indícios de insuficiência: se cada um de nós não tivesse necessidade dos outros, nunca pensaria em unir-se a eles. Assim, da nossa própria enfermidade, nasce a nossa frágil fe­licidade. Um ser verdadeiramente feliz é um ser solitário; só Deus goza de uma felicidade absoluta; mas qual de nós faz uma ideia do que isso seja? Se algum ser imperfeito se pudesse bastar a si mes­mo, de que desfrutaria ele, na nossa opinião? Estaria só, seria mi­serável. Não posso acreditar que aquele que não precisa de nada possa amar alguma coisa: não acredito que aquele que não ama na­da se possa sentir feliz.

Texto de Jean-Jacques Rousseau via Citador
Imagem de Caspar David Friedrich via Wikipédia
Importado do blogue gayFEEL

2 comentários:

Anónimo disse...

Amigo Luís:
com uma abertura destas no novo blog, quase sufocas o que quer que possa ser dito a seguir :)

Não conhecia este excerto: é notável!

um abraço

Tiago

Anónimo disse...

Obrigado e espero que aprecies a abertura nº 2, para duplo solo de poetas e in memoriam de Mário Cesariny. Eu era capaz de alinhar numa coisa destas... ;-) Abraço para ti, também.