Segundo notícias hoje chegadas à TV, parece que a nossa ganapada poderá vir a passar automaticamente de classe escolar até que complete os 12 anos de idade. Esta notícia teve por base uma recomendação do Conselho Nacional de Educação ao respectivo ministério, entretanto já divulgada noutros meios da comunicação social. Pelo que se entendeu parece que já não importará se se é bom ou mau aluno, se se vai ou não às aulas, se se agride ou não os colegas, empregados ou professores... A primeira preocupação do Estado será passar de ano os alunos e só depois, então, se pensará nas alternativas ao "insucesso" escolar.Não posso deixar de manifestar a minha estupefacção extra e de exibir que isto é afinal, como se costuma dizer, mais uma pedrinha para o meu sapato. É que esta coisa de estarem sempre a actualizar o grau da escolaridade mínima (da quarta classe ao 12º ano) até pode fazer algum sentido numa sociedade que se quer cada vez mais culta e mais moderna, mas tal não deveria ser nunca uma obrigação universal e descontrolada, mas apenas uma opção ditada pelas vocações de cada um. Tanto mais que tem vindo a penalizar todos os que optaram nos seus tempos de estudante pelo ensino básico (ou mais do que isso, alguns) e hoje se vêm desvalorizados numa sociedade que só reconhece diplomas, mesmo quando os seus titulares mal sabem executar o mais essencial da sua portugalidade: falar e escrever correctamente o Português!
[A imagem é de uma reinterpretação artística do Galo de Barcelos por Carla Gonçalves.]
6 comentários:
Concordo inteiramente, Luís.
abraço
Tiago
nada que me espante vindo de quem se preocupa com estatísticas e não está no terreno. como alguém disse, porque não alargar até aos 25 anos? e para quando a venda de diplomas nas grandes superfícies e no comércio a retalho?
infelizmente, e perante todo o estado do ensino, nem isto me espanta mais. só fico chateado comigo próprio por ainda me preocupar por os alunos SABEREM e darem provas de que sabem. e para quê?
Eu sou apologista da escolaridade obrigatória, e a meu ver devia já ser até ao 12º ano, mas q sejam anos de verdadeira aprendizagem, ñ só de passeio pelos corredores e pelos pavilhões, ou jogos da sueca (coisa q acontecia mto no meu tempo)
Agora mandar os miúdos para a escola com consciência de q, quer se esforcem, quer ñ, vão passar de ano; o q vai acontecer é q os miúdos fazem o 9º e depois ñ vão querer seguir os estudos, pq a partir daí, vai ter mesmo q estudar e ñ vai ser a partir do 1oº ano q vão aprender toda a matéria deixada para trás nos 9 anos anteriores!
O Governo está mancomunado com os profes... ninguém vê isso?
Deixam de ter de avaliar se ensinaram alguma coisa aos putos...
Já viram a calamidade para os profes se o Governo fosse efectivamente eficiente: fim da escolaridade obrigatória... só estuda quem quer!
Se é só para andar lá e no fim daquele tempo todo é que se vê que eventualmente o aluno pouco ou nada aprendeu, mais vale nem pô-los lá!
Desde modo, o filme "Idiocracy" faz todo o sentido...
Parabéns pelo seu blog e postar suas fotos fantásticas que eu gostava muito de perder o seu blog. muito obrigado. Receba uma saudação cordial. Peço desculpas pela publicidade.
TN: Com muito atraso agradeço-te a nota de concordância. E reforço com um abraço,
Paulo: Sobre estas questões (ensino) tua (e o TN) são os amigos mais próximos cujas opiniões mais nos influenciam. E as tuas têm sido muito activas, pelo que vamos lendo no Felizes Juntos. De qualquer forma não deixes de agir em prol da educação como deve ser, pelo menos a ver se influencias os teus colegas. É que nós também temos miúdos a estudar e queremos que eles aprendam!
Miss Kin: Obrigado pela nota, pela opinião. Os 12 anos de estudo valem como tal, mas o facto é que quem fez 9 em vez de quatro ou 11 em vez de 9 não deveria ser penalizado por subirem os mínimos escolares para 12 anos de muito má aprendizagem. Será que os 12 de hoje serão insuficientes no futuro? A lógica é essa: soma e segue!
Engine: Não vi o «Idiocracy», mas estou a imaginar o "filme"... Jardim infantil até ao 12 anos de idade, é o que é!
Naturline: Obrigado. E peço desculpa pela ausência de publicidade nossa.
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