Jorge de Sena é um velho companheiro deste leitor que vos assina e que recentemente se reencontrou com a extraordinária obra do poeta no programa Grandes Livros (ligação acima), que a RTP2 passou na sexta-feira passada. A propósito, ontem o amigo André Benjamim (ligação ao lado, nas Últimas) fez a reflexão sobre o escritor, que eu gostaria de ter feito e não fiz. Com o respeito que por ambos tenho, pouco mais havendo a dizer volto atrás e cito na íntegra o que me foi dado ler, para que chegue a mais gente como também os livros de Jorge de Sena deveriam chegar. Ei-la:Ultimamente chego sempre atrasado às notícias, e apenas hoje me apercebi do porquê de repente começarem a surgir posts sobre Jorge de Sena na blogosfera, como cogumelos no Outono. Fiquei assim a saber que vão transladar os restos mortais do autor para Portugal. Jorge de Sena é dos autores injustamente esquecidos um dos mais injustamente esquecidos; temo que o transladar dos seus restos mortais para Portugal signifique apenas a sua morte definitiva entre nós: os restos imortais do autor hão-de continuar esquecidos: porque as palavras de Jorge de Sena são tão inconvenientes para o fascismo de ontem, como para a democracia de hoje: porque os homens verdadeiramente livres e independentes causam terror aos homens que se mascaram com ideologias balofas nas suas trincheiras políticas, e literárias. Temo que Portugal e os Portugueses já não vão lá [seja o «lá» onde for] nem com sinais de fumo, quanto mais com Sinais de Fogo!
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