Walt Whitman, que viveu ao longo de mais de sete décadas do século XIX, entre 1819 e 1892, e se tornou no maior escritor norte-americano de sempre, dizia da amizade que "Quando pensei que o meu querido amigo, meu amante, já vinha a caminho, então fui feliz, § Então era mais leve o ar que respirava, melhor o que comia, e esse belo dia acabou bem...".Esta narrativa de Whitman, que põe no mesmo plano a amizade e o amor — no caso do seu amante e querido amigo — parece contrariar e mesmo negar a opinião que o moralista francês Jean de la Bruyère categoricamente deixou sobre o assunto: "O amor e a amizade excluem-se mutuamente".
No mesmo poema, de título «When I Heard at the Close of the Day», Whitman conclui assim: "E nessa noite, quando tudo estava em silêncio, ouvi as águas invadindo lentamente a praia, § Ouvi o murmúrio das ondas e da areia como se quisessem felicitar-me, § Porque aquele a quem mais amo dormia a meu lado sob a mesma manta na noite fresca, § Na quietude daquela lua de outono o seu rosto inclinava-se para mim, § E o seu braço repousava levemente sobre o meu peito — nessa noite fui feliz."
Esta é a visão que mais corresponde à minha opinião. Sendo verdade, como se explicou na entrada anterior, que o amor pode sobreviver sem a correspondência do outro, e a amizade não, também parece aceitável que se o amor for recíproco, este pode coexistir com a amizade. Essa é a visão do poeta americano, é uma visão que me agrada e que apoio pela minha própria experiência.
Sem comentários:
Enviar um comentário