2005/12/28

amizade e amor: manipulações axiomáticas

De origem portuguesa, Alfredo Costa Monteiro terminou os seus estudos de Belas Artes em Paris, no ano de 1992, com especialização em escultura e multimédia. Nesse ano parte para Barcelona, onde vive e trabalha desde então.
Para além do seu trabalho como artista plástico e professor de línguas, em 1995 começa a envolver-se cada vez mais com a nova música de Barcelona, primeiro com o grupo Surperelvis e, no seguimento, numa carreira mais ou menos a solo dentro dos géneros experimental e improvisado. Toca acordeão, guitarra eléctrica e faz manipulação sonora com gira-discos. A sua música é basicamente de pesquisa, ficando entre os domínios das artes plásticas, poesia do som ou som da poesia e som-visual.
As suas incursões paralelas e frequentes na escrita são igualmente plausíveis e «Axiomáticas» (editado em 2005 pela Fundación 30km/s) é uma obra retrospectiva de poesia concreta (feita de retalhos ou do retalho de textos existentes). Nele verifica-se que Alfredo Costa Monteiro trabalha a escrita de várias e diferentes maneiras. Que se lê de várias formas diferentes o que o autor escreve. Ou reescreve. «Axiomaticas» é o livro que fala por escrito do que Alfredo Costa Monteiro pensa. E sobre a amizade e o amor, que é o tema de mais esta entrada, encontrámos estes interessantes textos, nas formas originais e nas versões finais manipuladas, para uma interpretação à medida de cada um dos leitores:

AMISTAD f. Relación afectiva y desinteresada entre dos o más personas. || Gracia, merced. || pl. Personas con quien se tiene amistad. || fam. Influencias. (ou) f. Relación afectada e interesada entre dos o más personas. || Trampa merecida. || pl. Personas con quien se finge amistad. || fam. Incongruencias.

AMOR m. Intensa inclinación afectiva hacia alguien. Defenido por los griegos como deseo físico o como fuerza cósmica de carácter integrador. Platón lo define como impulso y deseo de lo bello. (ou) m. Intensa inclinación olfactiva hacia alguien. Defenido por los egos como meneo físico o como fuerza mecánica de carácter agotador. Platón lo define como insulso deseo de lo bello.

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