Tínhamos sido convidados para um jantar especial, com um pretexto-surpresa, num restaurante da baixa do Porto. As instruções marcavam o dia e a hora, bem como o local exacto, mas ao questionar o secretismo do convite foi-nos dito que seria melhor não o revelar aos amigos comuns com quem entretanto pudéssemos vir a estar. Entre nós estudámos as possibilidades, desde o aniversário dela ou dele, à de quererem anunciar a vinda de um baby ou mesmo (com eles não seria nada de estranhar) a mudança com todas as armas e bagagens para um país distante (o Japão, se calhar). Mas não, não foi nada disso. À hora marcada lá entrámos no restaurante, fomos até à sala do fundo e, à volta da mesa, estavam a Diana e o Zé e duas mãos cheias de convidados. A surpresa das surpresas foi quando nos anunciaram que nesse dia se tinham casado (eles viviam juntos há anos e nós até pensávamos que essa situação estaria de alguma forma já resolvida). A surpresa não poderia ser mais agradável, até porque nos levou a recordar que se conheceram por nosso intermédio. E a noite avançou, agradável como o jantar, até ao fecho do restaurante e, depois, até quase à porta de casa na boleia de um outro simpático casal.Hoje, a 25 de Outubro, o day after deste belo momento, também nós temos um acontecimento a assinalar: os 21 anos da noite em que nos conhecemos. Acordámos ainda há pouco e só mais logo, muito em cima da meia-noite, teremos de novo algum tempo para nós. Com champanhe para celebrar a dois, segundo as nossas intenções, mesmo que seja já na madrugada do dia seguinte. Mas os acontecimentos de ontem, que aceleraram os nossos átomos de amor, levam-nos a pedir para todos os que queiram casar, independentemente da sua orientação sexual, fermento no casamento. Isto faz todo o sentido numa sociedade equilibrada e justa e só parece não fazer sentido para quem decide manter ou apoiar a limitação dos direitos dos seus concidadãos.
(Parabéns Diana e Zé! Parabéns também para nós...)
6 comentários:
Ao Luís e Gonçalo.
Nós os noivos de ontem, agradecemos este belo texto. Foi um prazer ter-vos como convidados.
Parabéns pelos vossos 21 anos.
Zé e Diana
Ó pá, tinha escrito um comentário que não sei o que lhe deu...
Quero dar os parabéns à Diana e ao Zé. Mas também ao Luís e ao Gonçalo pelos 21 anos. Recorrendo à minha expressão dos últimos tempos: que sejam muito felizes juntos.
Abraços a todos
Diana (e Zé): Obrigado pela vossa primeira e inesperada nota. Foi uma surpresa muito grande e muito agradável. E o prazer também foi nosso, como já sabeis. Que a lua vos continue linda!...
Paulo (e Zé): Felizes juntos somos todos nós, com os seus pares. Obrigado pelos parabéns, que espero rever por muitos anos... :-)
X-corações para todos,
Amigos Luís e Gonçalo
O mundo é incrível, realmente.Vocês sabem, como toda a gente aqui que amo um homem belo e bom, que vive longe e que esse relacionamento já vai fazer dois anos; mas talvez não seja conhecimento de todos que compartilho a minha casa com um velho amigo, o Duarte, com quem tive (e tenho) um relacionamento, mas que foi evoluindo de um relacionamento de amantes para um relacionamento de Amigos; nessa evolução houve sempre um respeito e uma Amizade inultrapassáveis, mas a vida foi moldando tudo isso e hoje, cada um tem a sua vida sentimental própria, embora mantenhamos todos os outros laços. O Duarte é grande amigo de Déjan, assim como eu sou amigo do Rich, o seu namorado americano. No entanto, há uma enorme cumplicidade entre nós, que vem desde que nos conhecemos; e isso aconteceu no Porto ,há 21 anos, no dia 25 de Outubro, pelo que sempre celebramos com um jantar essa data.
Vejam a coincidência: a 25 de Outubro de 1986, numa noite de nevoeiro conheci o Duarte, na Invicta, precisamente no dia em que vocês os dois se conheceram. Só falta que tivesse sido também no Porto, o que é muito possível, e já agora no mesmo local, menos provável...
Abraços reforçados, naturalmente.
Bom... Parece que tenho de deixar um abraço para esta gente toda! Parabéns!!! :)
Abraço
O tempo foge-nos e podemos não ser muito activos a fazer comentários nos blogues, podemos até nem ser muito rápidos a responder aos comentários no nosso, mas nunca deixamos uma resposta por dar.
Ping: É incrível, como dizes, a quantidade de coincidências que nos contas, desde teres conhecido o teu amigo Duarte a 25 de Outubro de 1986, no Porto e, mais exactamente (como nos contaste em e-mail privado) numa discoteca gay do Centro Comercial Dallas que se chamava UNDERGROUND nesse tempo e, pouco depois, Lá-Lá-Lá. Se fores consultar o texto de «Super 19 Anos» no gayfield, verás que "nessa primeira noite, cada qual para o seu lado, demos uns passos de dança, no Underground (a discoteca que existia onde o Lá-Lá-Lá viria a surgir meses depois)"...
Maurice: Obrigado pelo abraço, que certamente se alarga ao Pinguim e ao Duarte...
Abraços nossos para vós, também!
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