é no silêncioque melhor ludibrio a morte
não
já não me prendo a nada
mantenho-me suspenso neste fim de século
reaprendo os dias para a eternidade
porque onde termina o corpo deve começar
outra coisa outro corpo
ouço o rumor do vento
vai
alma vai
até onde quiseres ir
Nos 10 anos da morte do poeta Al Berto, este excerto do «Regresso às Histórias Simples» foi transcrito da página 53 de «Uma Existência de Papel», editado pela Gota de Água, no Porto, em 1985. Al Berto escrevera-o entre Sines e Lisboa, um ano antes.
Imagem via Mundo Pessoa
Importado do blogue gayFEEL
5 comentários:
Obrigado, Luís...
Quando umas quantas lágrimas caem por um motivo certo e claro sinto-me melhor na minha pele e tenho a certeza de que não estou empedernido.
Um abraço! :-)
Sei o que queres dizer. E os entes que amamos e já partiram merecem todas as lágrimas que caíram e que hão de cair pela nossa face. Abraço,
Merecem certamente, e o Al Berto é ainda uma inspiração para todos os amantes de poesia. Um abraço.
Al Berto, um poeta imenso, com uma vida demasiado curta, mas intensa.
A poesia que Al Berto escreveu é de uma beleza extraordinária e universal, uma fonte de inspiração para quem nunca parou de se descobrir.
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