Março de 1988. Em Londres, a Gay Men's Press — uma editora dedicada às artes e à cultura gay — publicava na sua colecção Gay Verse From GMP o seu sexto título de poesia. Marc Almond, bem conhecido desde o início da década como vocalista e alma do duo techno-pop Soft Cell, era o autor. Marc estava já muito perto dos seus 30 anos (vai fazer agora 50), mas era ainda um jovem que vivia num inconformismo puro e cheio de ambições.Nesse final da década olhava-se para ele e não se sabia ainda bem em que naipe de cartas o colocar: junto com um Nick Cave, ou com um Leonard Cohen? Ao lado de um Morrissey, ou de um David Bowie? De um Bob Dylan, ou de um Marc Bolan?... O futuro nunca nos terá dito e talvez nunca o diga, pois Marc tem sido sempre uma figura ágil e inteligente, que se renova a cada passo.
Com a ingenuidade desculpável desse tempo, do seu livro de poesia que eu trouxe da minha primeira viagem a Londres no ano da sua edição, o poema «The Adonis»:
No Adonis
In the Adonis Lounge
Only the terminal
Only the lonely
They come
They go
They shuffle
They stalk
They loiter
They jerk
They sit in the toilet cubicles with the door open,
They sleep
Creep
Look shifty, act crazy.
They wipe their hands on the weed green velvet curtains
(But I never see them wash them)
Poema de Marc Almond
Capa da Gay Men's Press a partir de um desenho de Red Hot Johnny
Importado do blogue gayFEEL
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