Hoje está previsto irmos ver uma casa. "A" casa, como referia o Gonçalo no quinto ponto das «7 coisas que tem de fazer antes de morrer». A marcação ainda não é definitiva (está sujeita a uma confirmação a meio da tarde) e poderá ser adiada por alguns dias, em função das nossas disponibilidades e da do seu proprietário ou representante.O momento é importante e eu não estou habituado a ver casas. Falo comigo, em voz alta:
- O apartamento actual é um T1 e o que vamos ver é um T3 (o Gonçalo quer que seja pelo menos um T2);
- O actual tem uma kitchenette (do que eu me habituei a gostar porque gosto de espaços abertos, de conversar com os convidados enquanto cozinho, da informalidade da situação) e o "novo" deverá ter uma cozinha independente (que também tem as suas vantagens, admito);
- O actual não tem lavandaria nem estendal (lavar e secar faz-se numa máquina felizmente muito eficiente), o novo deverá ter (o que seria melhor e mais em conta);
- O actual é um prédio muito recente, com acabamentos interessantes e agradáveis, e tem um lugar de estacionamento na garagem colectiva do prédio, enquanto o novo deverá ter mais de uma ou duas décadas de construção e o consequente uso, os acabamentos deverão ser já questionáveis e tem uma garagem individual, ao lado de outras, nas traseiras do prédio;
- O actual fica numa rua arborizada com muito tráfego (felizmente tem janelas com vidros duplos) e nas proximidades de bairros sociais problemáticos (com forte consumo de drogas e junkies que por vezes pernoitam abrigados à porta do prédio), o novo fica também numa rua arborizada com pouco tráfego mas bem mais sossegada em termos sociais (falta saber como serão os novos vizinhos) e ambos ficam na mesma zona da cidade, sendo o novo ainda mais perto do local onde eu trabalho e do supermercado onde eu faço as compras;
- O actual é sossegado (tirando os vizinhos mais próximos que são simpáticos mas um pouco desrespeitadores dos outros condóminos ou habitantes do prédio: cão no terraço a ladrar o dia todo, ou sacos de lixo à porta do apartamento quase todos os dias das 8 horas e pico da manhã até perto das 9 horas da noite, ou até num dos primeiros dias uns risinhos histéricos à minha passagem) e o novo também deve sê-lo;
- O actual é bem servido pela rede de autocarros e tem acessos muito próximos à auto-estrada, o novo tem ainda mais autocarros só que do outro lado do quarteirão (onde num futuro não muito distante poderá vir a passar uma linha do Metro) e também tem acesso próximo à auto-estrada;
- Ambos ficam virados a Sul, o que é uma boa orientação solar;
- Numa primeira análise, a mudança de apartamento corresponde a um aumento da renda que eu pago em cerca de 16% (o que, dividido pelos dois, daria para mim uma redução dessa despesa em 42%) mas, apesar disso, alguma prudência alerta-me para eventuais dificuldades orçamentais se no futuro um de nós ficar sem emprego;
- É um facto que o apartamento actual tem sido acima de tudo o meu apartamento, enquanto que o novo seria o passo que me falta dar para que se viabilize em definitivo e harmoniosamente uma vida que desejamos a dois e sob um mesmo tecto.
Imagem via Gomez Patchouly
Importado do blogue gayFEEL
11 comentários:
Dois comentáriozinhos:
1. Esta não tem que ser "A" casa, pode ser apenas um poiso intermédio.
2. Eu não quero que seja "pelo menos" um T2, acho que tem que ser acima do T1 para que possa haver um segundo quarto para tranquilizar a imaginação dos pais, receber amigos e ter mais espaço de arrumação.
Daqui a meia hora veremos a casa e depois se verá... Mesmo que não seja esta a "A" tal pelo menos que esta iniciativa sirva para começar e manter um novo ciclo de procuras.
Quanto ao resto eu sei e creio que não disse nada que fosse contra!
**, sempre mais **
"A casa"...
mais que os prós e os contras, e estes estão muito bem equacionados, há um promenorzinho, muito importante, é que esta (ou outra), irá ser a "VOSSA" casa!
Felicidades para ambos, neste passo tão importante de uma vida a dois.
Querido amigo (e demais interessados): Fomos ver a casa e ela é um pouco mais antiga do que imaginara (será do final dos anos 50 ou princípio dos 60), mas foi recentemente restaurada (nota-se porque ainda há sinais das obras). Tem muitos detalhes interessantes e aquilo de que gostamos menos nem sequer é muito incomodativo. Ficamos de dar uma resposta, mas teremos que falar com a actual senhoria primeiro, a ver quando poderemos entregar o apartamento actual. O pior de tudo (e isso teria solução) é que temos uma cama MUITO grande e o quarto maior dá à justa para a receber (claro que sobra espaço para outras coisas, mas o "corredor" ao fundo da cama não será muito largo). Gostava que o Gonçalo acrescentasse detalhes seus, mas sei que nos próximos dias poderá não ser fácil para ele (...). Veremos, a tensão agora é muita, ambos queremos mudar e viver juntos na nossa casa e esta poderá (e deverá quase de certeza) ser a NOSSA casa!!! Obrigado, muito!
Grande análise e ponderação do passo a dar, sim senhor!
Esquecendo por instantes o horror que é andar atrás de uma casa e ter de tomar decisões dentro de prazos «estranhos», é muito bom darem os dois esse passo!
Pela minha experiência, um local sossegado e mais ou menos central é uma enorme vantagem!
Parabéns aos dois! :-)
Os prazos "estranhos" são mesmo terríveis: tens que reduzir ao imediato o pré-aviso de rescisão, quando deverias fazê-lo com 3 meses de antecipação, e o novo contrato tem que ser já, senão ainda perdes o espaço com que já sonhas... Há que gerir isto, também, e é emocionalmente difícil.
Hoje nada se adiantou, mas lá para 2ª feira talvez se concretize o adiado pedido de rescisão e uma nova visita ao prédio, para uma opinião externa... Palpita-me que lá para Julho ou Agosto vamos ter festa... Oxalá!
Obrigado, em nome dos dois.
... Inch'Allah! (Vejam lá, não se enganem no continente...)
:-)
Inch'Allah! sim senhor, se isso significar o que eu imagino. ;-) e obrigado.
Decidimos avançar: hoje de manhã a pedir a marcação de novo encontro para ver detalhes extra e trocar dados para fazer o contrato com o novo senhorio, de seguida para informar, negociar rescisão e marcar a saída com a senhoria actual. :-)
Ora ainda bem! Fico muito feliz por vocês! Em frente é o caminho!
(«Inch'Allah» é a origem árabe de «oxalá», claro.)
Olá Ric!
O "inch'allah" era tão evidente que nem fui verificar - estava certo o meu palpite...
Novas d'hoje: o contrato do T3 não foi celebrado ainda, mas o senhorio deu a sua palavra que havia acordo firme e hoje (daqui a pouco) vamos voltar ao apartamento; o contrato do T1 actual já foi rescindido informalmente, ficando ainda por saber qual a penalização efectiva (pode ir até 3 meses de permanência), mas falta formalizar em definitivo (pelas formas habituais) e saber se a mão da dona vai ser pesada...
--- Importante ---
Se alguém estiver interessado em arrendar um excelente T1 no Porto, eu darei todos os detalhes adequados.
Abraços,
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