Que haverá na pintura de Patrick Angus (1953-1992) que possa ter levado o argumentista Robert Patrick a referi-lo como "o Toulouse-Lautrec de Times Square"? Em primeiro lugar não existirão dúvidas quanto ao que foi em vida o seu ambiente de acção, o de Times Square, elegante e movimentado bairro de Manhattan, Nova Iorque, que nos seus dias terá tido muito em comum com a boémia parisiense de Montmartre que Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901) frequentou no seu tempo; em segundo, na obra de ambos os pintores se retrata esse mundo reprimido das liberdades absolutas, dessas do corpo e do pensamento, vividas com espectacularidade em antros obscuros como (nos anos 90 do século XIX) o cabaret Moulin Rouge ou (nos anos 80 do século XX) em bares, discotecas e casas de prostituição de Manhattan. Em termos plásticos, diz-se que a obra de Patrick Angus se pode situar entre as de David Hockney e David Park, o que se entende melhor se nos dermos ao trabalho de as confrontar. O traço de Angus é geralmente contido, as cores são carregadas, o motivo permanece distante, a intensidade do momento toca-nos. Como se pode ver aqui, quase sempre retrata, a uma distância prudente, os homens que lhe são próximos e os seus encontros regulares com anónimos que se entregam a uma sexualidade naturalista, aberta e sem limites.Importado do blogue l'avion rose
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