Versão I«The stones where the haft rotted»
na tradução do original chinês escrito por Meng Chiao (751-814)
Less than a day in paradise
and a thousand years have passed among men.
While the pieces are still being laid on the board
All things have changed to emptiness.
The woodman takes the road home,
the haft of his axe
has rotted in the wind:
Nothing is what it was except the stone bridge
Still spanning a rainbow cinnabar red.
Versão II
«Solo un dia»
na versão traduzida e adaptada pelos ZNR
Solo un dia en paradise
y miles anos pasan en la tierra
les pièces du jeu sont couchées sur le sol
cosas caminan to emptiness
el woodman vuelve a casa
el haft of his hache
a pourri en el viento
nada como hoy solo el puente
still spanning un rainbow granapo.
Versão III
«Um dia no paraíso»
que eu traduzi e adaptei para respeitar ambos os textos
Quase um dia no paraíso
e um milhar de anos passaram pelos homens
enquanto as peças estão ainda a ser dispostas no tabuleiro
todas as coisas se transformaram em vazio
o lenhador mete-se a caminho de casa
o cabo do seu machado
apodreceu ao vento
nada é o que foi só a ponte de pedra
enquadrando ainda um arco-íris cinábrio.
O chinês Meng Chiao terá escrito belos poemas no final da dinastia Tang (618-907 DC), um dos quais foi adaptado por Wayne Hutton e Hector Zazou para o disco «Barricade 3», dos ZNR (Joseph Racaille no piano e voz, Hector Zazou no baixo e sintetizador analógico modular VCS3, Gilly Bell no sintetizador analógico semi-modular ARP 2600 e Fernand d'Arlès na bateria). Nesta versão de meados dos anos 1970, o poema foi vestido de várias línguas e levou por título «Solo un dia». De regresso ao original (na sua tradução anónima para inglês), eu procurei adaptá-lo à língua portuguesa num compromisso possível entre as duas versões de que disponho (a canção dos ZNR foi o que me levou a esta descoberta). Para saber mais sobre o quase desconhecido grupo de Hector Zazou e companhia convido-vos a percorrer o caminho que a ligação no título vos sugere e a ouvir algumas amostras do seu trabalho, quase único no género. E eu espero que gostem ou, pelo menos, que fiquem a conhecer algo com um "encanto" diferente...
4 comentários:
Completamente desconhecidos. Nunca tinha ouvido falar deles. Vou investigar.
Um abraço.
Special: Na minha lista dos 30 discos mais importantes (...) este ficaria muito bem entre o dos Velvet Underground e o dos Pink Floyd. Na verdade só os descobri nos anos 90, ao andar ao para trás para conhecer melhor a obra de Hector Zazou. E é um disco que promova reacções: ou se gosta (muito) ou não se gosta (nada). Eu espero que gostes... Há um link no título que te permite ter uma ideia. Abc,
Como é bonito...
SP: Fico feliz pelo teu comentário com três palavrinhas apenas... Ainda bem que também gostaste. Obrigado!
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