2006/12/13

a morte segundo jacques-louis david

Em 1793 o pintor Jacques-Louis David (1748-1825, nasceu em Paris e morreu em Bruxelas) assinava o quadro «La Mort de Marat» (ou «Marat Assassiné»), que hoje se encontra na capital belga, exposto no Museu de Arte Moderna dos Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica. O retratado é Jean-Paul Marat, um jornalista revolucionário francês assassinado na sua própria casa por Charlotte Corday, uma jovem monárquica. Este óleo sobre tela de 165x128 cm é um dos meus eleitos entre toda a pintura universal. Nele é muito perturbante a forma nobre mas desprotegida como a vítima se volta na direcção do observador (homicida, pintor, espectador). Há uma morte quente, ainda, que se depreende da postura descontraída, dos objectos suspensos, da pena numa mão e do bilhete escrito na outra. E o verde do fundo que vai sendo tomado pelo negro profundo que cresce à sua volta. Há também o sangue que escorre, a faca ensanguentada, abandonada, e a mensagem do pintor sobre o naco de madeira: "À MARAT / DAVID / L'AN-DEUX". Os detalhes sobre o quadro estão aqui. Da Morte sabe-se menos, muito menos, e está-se sempre a aprender.

Importado do blogue l'avion rose

2 comentários:

Anónimo disse...

No final de Novembro, escrevi um post ilustrado pela tela que mais gosto (PETROCULUS), deste pintor, um pouco subalternizado nas referências aos grandes mestres, pelo menos, na minha opinião.
Lamento agora, ter esquecido nas referências que fiz a algumas das suas obras, esta magnífica tela, até porque refiro a sua grande associação á Revolução Francesa.
As palavras que associas à foto, são, como é hábito, muito pertinentes e conhecedoras.
Um abraço.

Anónimo disse...

Não arrisco numa graça sobre a tradução para português do título da obra (embora me pareça que a imagem se adapte a «Petroculus», ou vice-versa). Mas é um belo quadro, não há dúvida. Outro abraço,