2007/01/26

todos diferentes, quase todos iguais

Na noite em que fomos ver o «Casino Royale», durante o segmento publicitário que antecede a exibição do filme, passou a nova campanha «Todos Diferentes, Todos Iguais». Basicamente o filme institucional promove os direitos humanos e o valor da igualdade, denunciando o uso de termos xenófobos como (cito): monhés, pretos, de leste, chinocas, árabes, brancos, brasucas. Depois continua: "quando as luzes se acenderem, aproveita para ver as pessoas como elas são" e "participa, por um mundo mais igual para todos". Imediatamente o Luís, ao meu lado, comentou "e os panascas?". Pois é, e os paneleiros, os maricas e as fufas? Por certo, mais uma vez, para bem de uma causa mais avançada nas suas conquistas, sacrifica-se a minoria mais discriminada que poderia perturbar o objectivo "maior" da campanha. Curiosamente, no site internacional do movimento (http://alldifferent-allequal.info), deparamos logo na página de entrada com informação sobre os direitos de lésbicas, gays e transgéneros. Na página nacional (http://tdti.juventude.gov.pt), mesmo depois de uma navegação, se não exaustiva, pelo menos razoável, não encontrei referência à discriminação pela orientação sexual. Nada de novo no reino lusitano: todos diferentes, alguns iguais.

4 comentários:

Anónimo disse...

É que em Portugal não há paneleiros, maricas ou fufas, ainda não tinhas reparado?
Tudo gente "normal"!!!!

Anónimo disse...

Olha, aqui no Brasil existe uma situação mais ou menos parecida em relação à legslação: existem leis pra punir quem manifeste algum preconceito em público contra os negros, contra os velhos e contra alguns outros grupos de pessoas. Mas não existem leis específicas pra punir quem manifeste algum preconceito em público contra os gays!

Anónimo disse...

Muito pertinente a tua observação, amigo Gonçalo. E, já agora, deixa-me acrescentar que os deficientes, embora estejam abrangidos pela campanha, pouca visibilidade têm nela... como no resto, aliás...
um abraço
Tiago

Anónimo disse...

Quando eu faço férias com o Gonçalo, ele escreve. Quando ambos trabalhamos, sou mais eu. Por isso aqui respondo:

Pinguim: Em Portugal não, não há, mesmo quando são quem são e toda a gente comenta. É a nossa velha táctica do encobrimento, da falsa tolerância...
Carioca: Em Portugal creio que já há (de há pouco tempo para cá) legislação a condenar o preconceito contra os homossexuais - o Daniel dave estar mais a par, infelizmente! Mas de pouco adianta, creio eu, porque ninguém se deve ir queixar às autoridades. Vida longa para o CECG&B...
Anonymous (Tiago): Portugal...

Abraços,