Na noite em que fomos ver o «Casino Royale», durante o segmento publicitário que antecede a exibição do filme, passou a nova campanha «Todos Diferentes, Todos Iguais». Basicamente o filme institucional promove os direitos humanos e o valor da igualdade, denunciando o uso de termos xenófobos como (cito): monhés, pretos, de leste, chinocas, árabes, brancos, brasucas. Depois continua: "quando as luzes se acenderem, aproveita para ver as pessoas como elas são" e "participa, por um mundo mais igual para todos". Imediatamente o Luís, ao meu lado, comentou "e os panascas?". Pois é, e os paneleiros, os maricas e as fufas? Por certo, mais uma vez, para bem de uma causa mais avançada nas suas conquistas, sacrifica-se a minoria mais discriminada que poderia perturbar o objectivo "maior" da campanha. Curiosamente, no site internacional do movimento (http://alldifferent-allequal.info), deparamos logo na página de entrada com informação sobre os direitos de lésbicas, gays e transgéneros. Na página nacional (http://tdti.juventude.gov.pt), mesmo depois de uma navegação, se não exaustiva, pelo menos razoável, não encontrei referência à discriminação pela orientação sexual. Nada de novo no reino lusitano: todos diferentes, alguns iguais.
2007/01/26
todos diferentes, quase todos iguais
Na noite em que fomos ver o «Casino Royale», durante o segmento publicitário que antecede a exibição do filme, passou a nova campanha «Todos Diferentes, Todos Iguais». Basicamente o filme institucional promove os direitos humanos e o valor da igualdade, denunciando o uso de termos xenófobos como (cito): monhés, pretos, de leste, chinocas, árabes, brancos, brasucas. Depois continua: "quando as luzes se acenderem, aproveita para ver as pessoas como elas são" e "participa, por um mundo mais igual para todos". Imediatamente o Luís, ao meu lado, comentou "e os panascas?". Pois é, e os paneleiros, os maricas e as fufas? Por certo, mais uma vez, para bem de uma causa mais avançada nas suas conquistas, sacrifica-se a minoria mais discriminada que poderia perturbar o objectivo "maior" da campanha. Curiosamente, no site internacional do movimento (http://alldifferent-allequal.info), deparamos logo na página de entrada com informação sobre os direitos de lésbicas, gays e transgéneros. Na página nacional (http://tdti.juventude.gov.pt), mesmo depois de uma navegação, se não exaustiva, pelo menos razoável, não encontrei referência à discriminação pela orientação sexual. Nada de novo no reino lusitano: todos diferentes, alguns iguais.
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4 comentários:
É que em Portugal não há paneleiros, maricas ou fufas, ainda não tinhas reparado?
Tudo gente "normal"!!!!
Olha, aqui no Brasil existe uma situação mais ou menos parecida em relação à legslação: existem leis pra punir quem manifeste algum preconceito em público contra os negros, contra os velhos e contra alguns outros grupos de pessoas. Mas não existem leis específicas pra punir quem manifeste algum preconceito em público contra os gays!
Muito pertinente a tua observação, amigo Gonçalo. E, já agora, deixa-me acrescentar que os deficientes, embora estejam abrangidos pela campanha, pouca visibilidade têm nela... como no resto, aliás...
um abraço
Tiago
Quando eu faço férias com o Gonçalo, ele escreve. Quando ambos trabalhamos, sou mais eu. Por isso aqui respondo:
Pinguim: Em Portugal não, não há, mesmo quando são quem são e toda a gente comenta. É a nossa velha táctica do encobrimento, da falsa tolerância...
Carioca: Em Portugal creio que já há (de há pouco tempo para cá) legislação a condenar o preconceito contra os homossexuais - o Daniel dave estar mais a par, infelizmente! Mas de pouco adianta, creio eu, porque ninguém se deve ir queixar às autoridades. Vida longa para o CECG&B...
Anonymous (Tiago): Portugal...
Abraços,
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